My heart is the worst kind of weapon #43

Estou a cinco dias de fazer trinta anos. Aquele número que até há uns anos atrás me parecia estar verdadeiramente longe. Sempre pensei [também há muitos anos atrás], que quando chegada a esta idade a vida estaria quase como que resolvida. Na minha cabeça, os trinta eram aquela idade em que quer a vida profissional, quer a sentimental, estariam 'arrumadas'. Tudo estaria conquistado e perfeitamente alinhado. Via-me a entrar nesta idade, assim como quem entra para a reforma. Os trinta era para mim a idade da estabilidade a todos os níveis.

A vida fez o seu percurso e há já algum tempo percebi, com alguma resistência é certo, que aos dezassete anos não sabemos lá grande coisa. Aprendi a aceitar que uma grande parte do planos feitos nessa idade acabam por não saír do papel, e com o tempo tendem até a ser vistos como irrelevantes, sonhos de adolescente. Nessa idade fazemos planos à velocidade do som, vamos mudar o mundo, tudo é preto no branco. Achamos que as coisas vão acontecer assim, porque foi precisamente assim que as planeamos, e é assim que tem que ser. Não existe plano b.

Hoje sei que cinzento também é uma cor. Sei que temos inúmeras opções, que ao longo do percurso vamos mudar de opinião algumas [bastantes?] vezes e que no final nem sempre vai ser como planeamos.

Claro que ainda tenho a minha t-shirt dos Nirvana e ainda continuo a achar que é possivel mudar o mundo, não todo, mas pelo menos aquele pequeno mundo à minha volta.

with love,

Littlemisstaken.