O regresso.

Decidi que as manchas na cara não me podem limitar. Já me fizeram passar o mês de Agosto quase todo fechada em casa; mas hoje, disse basta. Novo corte de cabelo e sushi (com  melhor mano do mundo), para o almoço: o caminho faz-se caminhando. Cliché, eu sei, eu sei. Mas disse-o tantas vezes baixinho, que acabou por me dar força para sair da cama, hoje de manhã. (O dia avizinhava-se complicado). Ah, eu sou cheia de clichés so, deal with it. 

Percebo agora que por um lado esta reclusão até foi positiva, e que pelo menos para mim, foi muito necessária: entendo que tenho uma doença/problema que não tem cura, quando muito tem atenuates e algumas ajudas, mas consigo perceber que o Vitiligo vai estar comigo para sempre, que se vai alastrar, que se vai fazer notar e que muito provavelmente algumas pessoas me vão fazer sentir muito mal apenas com um olhar.

Mas por outro lado fez-me sentir prisioneira de mim própria. Fez-me sentir medo. E eu não admito passar os meus dias assim. Até porque não tenho tempo, nem pachorra, para lamentações. Cansa-me pá.

Por isso, estou pronta para o regresso às aulas. Acabo também de me inscrever num curso de fotografia, que sempre quis fazer, mas que por algum motivo ou outro, fui sempre adiando. Yuppi. Estou pronta para novos projectos. Estou pronta para que fixem o olhar em mim e me chamem de coitadinha. Estou pronta para que digam que estou mais bonita que nunca.

Estou pronta para ter dias bons e dias maus. E com ou sem manchas brancas na cara, não os temos todos afinal?