segunda-feira, outubro 25, 2010

My heart is the worst kind of weapon #26

Cheguei à paragem e o autocarro estava mesmo a arrancar. Bolas pá, que azar. Acendi um cigarro, encostei-me. A este hora eles passam de doze em doze minutos. No problem.

Em doze [curtos] minutos, ouvi de um pouco de tudo. Gosto especialmente de prestar atenção às conversas de telemóvel, que logo pela manhã, me parecem sempre ser particularmente inspiradas. Às vezes parece que mundo acorda com uma sede de discusão e confronto e [por sorte ou sei lá o quê], sempre que chego à paragem está alguém a berrar para o telemóvel. Remédio santo para mim: venho a dormir mas chego ao destino bem desperta. Adoro. No entanto hoje, a conversa de duas senhoras que estavam sentadas prendeu a minha atenção:

- Tu biste, biste aquela baca a dezer que foi puta?
- Bi, mulher, claro. E tu oubiste o que ela disse? Que bergonha, carago. Até a Julinha ficou enbergonhada.
- O quê, carago?
- Que andou com o Jorge Costa, mulher? Tu num oubiste?
- Ah, oubi. O homem nem lhe cabe um feijão no cú.
Ele é casado à tantos anos e agora bem aquela baca pra telebizão dezer que andou a dormir com ele.
- Credo! Eu se fosse a melher dele f@dia-lo
- Olha, meixe-te que tá aí o carro.

Legenda:
A loira é uma concorrente do reality show da TVI de seu nome Andreia.
Ela NÃO disse que o Jorge em questão era o Costa.
A pronúncia, bem, essa é da minha cidade carago, what else?

Tenho muita dificuldade em decidir se gosto mais dos cafés, se das paragens de autocarro/metro do Porto.

[E nós por cá continuamos na onda da cultura.]


Love,
Littlemisstaken.

1 comentário:

Fios de Vida disse...

O autocarro é uma fonte inesgotável de pérolas:-) E a gentes desta cidade apimentam tudo:-) LOL